O projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados visa restringir as chaves pix ao CPF ou CNPJ dos usuários de soluções de pagamento do Banco Central. De acordo com as normas vigentes no momento, também é permitido o uso de endereços de e-mail, números de telefone celular e chaves aleatórias.
O PL 1989/22, criado pelo deputado Vicentinho (PT-SP), visa facilitar a identificação de fraudes e usuários que cometeram fraudes por meio do PIX. De acordo com a empresa de segurança cibernética Psafe, cerca de 1,4 milhão de tentativas de golpe foram detectadas através da PIX até agora.
O diretor do Capco Digital Lab de São Paulo, Alexandre Bueno, observou que apenas 24,5% das chaves do PIX registradas até agora possuem cpf ou número de CNPJ. “Dessa forma, os limites propostos no PL podem afetar mais de 75% das chaves registradas e reduzir diretamente o uso da ferramenta”, disse.
De acordo com a Agência da Câmara de Comércio, a proposta também eliminaria chaves aleatórias atualmente utilizadas como opção-chave PIX. “Foi criado para permitir o compartilhamento de dados pessoais e aumentar a segurança, mas também pode ser usado para complicar a identificação de partes da operação de transferência e a investigação do crime resultante”, explicou Vicentinho.
A Câmara dos Deputados, por meio da assessoria de imprensa, disse ao InfoMoney: “O PL 1989/22 será apresentado em 12 de julho e encaminhado à Comissão de Finanças e Tributação, onde aguarda a nomeação de um relator. Se aprovado por esta comissão, passará para a análise da Comissão de Constitucional, Justiça e Direitos Civis. Aprovado também por essa universidade, o PL vai para análise do Senado.
No entanto, na visão de Victor Gonçalves, diretor do laboratório secreto, é impossível provar que a redução das chaves PIX trará mais segurança aos usuários.