O Partido Centrão, que se tornou base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, também se interessou em se reunir com o novo governo. Outro grupo a favor do diálogo foram os líderes da igreja evangélica. Disseram que iam rezar pelo novo presidente.
Sobre seu interesse em falar com Lula, o deputado Cezinha, o parlamentar do deus Madureira, ressaltou que não se tratava de uma traição do presidente Bolsonaro. Segundo ele, a intenção é abordar uma agenda que ajude o Brasil. “É claro que agendas incomuns como a liberação de drogas e o aborto não serão aprovadas, mas estamos prontos para trabalhar em uma agenda que vai ajudar o Brasil”, disse o deputado.
Congresso vs. Lula
Embora os deputados do PL de Bolsonaro estejam dispostos a dialogar com Lula, ainda há a possibilidade de divergências e reações calorosas da oposição ao governo do PT. “Estamos trabalhando mais próximos de Bolsonaro e queremos mostrar nossa intenção de formar o maior partido de oposição da história”, disse o deputado Carlos Jordi (PL-RJ).
Segundo ele, parlamentares que pretendem demonstrar apoio a Lula serão expulsos do partido. Além disso, muitos legisladores da extrema direita ainda apostam em desafiar o resultado da eleição como uma forma de impedir que candidatos do PT se tornem chefes do Executivo. Até agora, não foram apresentadas provas concretas que justifiquem a suspensão das eleições.
Hoje, a sigla de Bolsonaro tem a maior bancada do Estado Duma, com 99 deputados. No entanto, pelo menos 35 deles provaram estar longe do bolsonarismo. Esses são os que o PT espera ganhar para ganhar apoio e aprovação em projetos como a PEC de Transição, que permitirá ao governo aumentar o salário mínimo em renda real e gastar acima do limite para garantir o retorno do Bolsa Família de R$ 600.