O Governo eleito está trabalhando para aprovar a reforma tributária que Lula (PT) prometeu em sua campanha eleitoral. O foco é criar um imposto que consolide o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), COFINS, PIS, ICMS e ISS em uma única cobrança.
As reuniões com deputados e senadores para discutir o tema devem começar ainda esta semana, sob a liderança do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. O interlocutor diz que essa questão continuará independentemente da alteração do imposto de renda.
O projeto está sendo debatido em pelo menos duas frentes da Câmara dos Deputados. A equipe petista aposta na PEC45, que é mais fácil de processar e apresenta um texto mais completo. A PEC 110 deve estar em reserva, pois é considerada vazia e incompleta.
A adição de um imposto unificado é muito comum em outros países do mundo, como a União Europeia e os países do Mercosul.
Apoio do MDB
A reforma tributária é uma agenda defendida pelo MDB, que tem sido um valioso apoio a Lula. Segundo Baleia Rossi, presidente nacional da sigla, o presidente deve se comprometer com a agenda do MDB para obter o apoio que precisa.
“Não há alinhamento automático, há vontade de cooperar, mas dentro da agenda brasileira. Por exemplo, reforma tributária. Outros projetos relacionados. Não queremos uma relação fisiológica”, disse Baleia.
Imposto de renda
Os ajustes na tabela do imposto de renda são um tema mais sensível e não devem ser votados tão rapidamente quanto os outros compromissos de Lula, especialmente considerando as implicações fiscais. O plano do novo governo é ampliar a faixa de isenção para pessoas que ganham até R$ 5.000.
Para poder arcar com os custos com outras propostas, como manter a ajuda brasileira em 600 reais, a equipe de transição negocia uma PEC (Emenda Constitucional). A mudança do IR está prevista para custar R$ 22 bilhões e não é discutida na PEC.