A senadora Simone Tebet (MDB-MS) será anunciada oficialmente como ministra do Planejamento do terceiro mandato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de um longo impasse, os parlamentares aceitaram um convite para o plano imperativo, uma pasta mais econômica e menos política.
Na pasta, o papel focal de Simone é direcionar o orçamento federal e liderar a implementação de projetos críticos, como o Plano Plurianual (PPA), a principal ferramenta de planejamento orçamentário de médio prazo que define diretrizes, objetivos e metas para a administração federal. Por lei, o PPA começa no segundo ano do presidente, tem validade de quatro anos e dura até o final do primeiro ano do sucessor.
Além de fortalecer a capacidade do Estado voltada para o desenvolvimento sustentável das ações setoriais, intersetoriais e territoriais do governo federal, o futuro ministro do Planejamento também será responsável por “planejar e coordenar a política de gestão da administração federal”.
O relatório final da Autoridade de Migração do Governo apresenta desafios para Tebet. Segundo os documentos, a criação de um “superministério” da economia no governo Jair Bolsonaro, que incluía uma pasta de finanças, indústria e planejamento, enfraqueceu diversas funções importantes da esfera econômica, entre as quais estavam os ministérios dos futuros senadores. “O vazio do sistema de planejamento levou ao enfraquecimento de instrumentos como PPAs, estratégias nacionais de desenvolvimento, iniciativas dos ODS, planos de desenvolvimento regional, planos setoriais e outros programas para promover o desenvolvimento nacional”, diz o texto.
No entanto, a Tebet é responsável por expandir e fortalecer a interação entre o Estado e o setor privado sem a gestão de vários projetos com interesse próprio, como o Programa de Parceria de Investimentos (PPI). Cuidar do programa teria sido sinalizado pelo Congresso como possibilidade de fortalecimento da pasta, mas permanecerá na Casa dos Cidadãos sob a direção do ex-governador Rui Costa. O ministro só participa do comitê gestor.
Simone também não administra bancos públicos com competência direta, como a Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil. Mesmo que houvesse interesse em contar com esse adicionista, a ideia foi rejeitada pela cúpula do PT, que preferiu deixar essa função nas mãos do futuro ministro da Economia, Fernando Haddad.
Os institutos de pesquisa (ENAP, IPEA, IBGE) permanecerão sob o guarda-chuva das atribuições dos futuros ministros, conforme proposto anteriormente pelo Departamento de Migração.
O plano foi uma das opções propostas a Tebet pelo Gabinete de Transição depois que o senador foi preterido do desenvolvimento social, e era a pasta mais desejada devido à sua posição de alta visibilidade política. Nesta pasta, Tebet conseguiu administrar o Bolsa Família.