O real, o dinheiro brasileiro que completa 29 anos em Julho de 2023, ajudou a conter a hiperinflação deixada pela junta militar (1964-1985). Mas o novo debate sobre a criação de uma moeda única para o Mercosul levanta questões: será que o verdadeiro vai acabar?
“O Brasil é o parceiro número um da Argentina e, no contexto da crise da globalização, fortalecemos nossas regiões e complementamos”, disse o embaixador na última terça-feira (3). Em 2021, o tema ganhou destaque quando o antecessor de Haddad, Paulo Guedes, afirmou ser a favor de uma moeda única.
Mas, afinal, com a criação de uma moeda única, o real acaba?
Acioli também ressaltou que ainda não é desta vez para o Real acabar. Ir para o dinheiro brasileiro também se aplica a cédulas em outros países do bloco. Assim, a moeda única viria a fortalecer o Mercosul e expandir a união da América Latina.
“Isso não significa que todos os países não tenham moedas, o que significa unidades para consolidação e aumento do comércio em todo este bloco regional”, disse ele.
Em 2017, a Venezuela foi suspensa do Mercado Comum. A Bolívia, por outro lado, está em processo de adesão ao bloco como país associado. Outros países do Mercosul como Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
Membros do Ministério das Finanças já defenderam a criação de uma moeda única
O jornal Valor Econômico lembrou que Haddad e Gabriel Gari polo, atual secretário-geral do Ministério da Fazenda, já previam a favor da criação de uma moeda sul-americana. Em artigo publicado em 2022, eles defenderam a estratégia como um “meio de ajuste político e econômico”.
Além disso, de acordo com a publicação, Haddad e Gallipoli argumentaram que a moeda poderia ser usada para relações comerciais e financeiras ao sul do continente. A dupla avaliou que a emissão de uma moeda única era de responsabilidade do Banco Central da América do Sul.
Eles também citaram a Unidade de Valor Real (URV), que ajudou na transição do Cruzeiro Real para a Real em 1994, como uma possível inspiração.