A portaria que estabelece a transferência determina que os recursos serão destinados a um aumento no número de cirurgias eletivas realizadas nos próximos três meses.
“A fila cresceu tanto durante a pandemia que vamos começar pela cirurgia, que é uma iniciativa federal importante. O maior valor investido anualmente para esse tipo de demanda foi de 300 milhões de reais. Oferecemos o dobro do valor”, explicou Helvécio Magalhães, secretário de Atenção Especializada da Pasta.
De acordo com Magalhães, essas informações são descentralizadas e fragmentadas, por isso não há dados exatos sobre quantas pessoas estão aguardando o procedimento nas redes públicas. No entanto, estima-se que entre 1 milhão e 2 milhões de cidadãos estejam aguardando por cirurgias não urgentes no SUS.
Plano estadual
Os Estados devem apresentar um plano de alocação de recursos no prazo de 30 dias após a publicação da portaria. Este documento deve detalhar o tamanho estimado da fila para cada tipo de procedimento, o Serviço de Integridade que recebe contribuições, a meta de redução de espera e o cronograma de execução.
O secretário explicou que o ministério não decide que tipo de cirurgia deve receber contribuição adicional, pois cada região tem demandas diferentes. “Sabemos que a ortopedia do câncer, abdominal e ocular deve surgir como prioridade em todos os estados, mas isso está a cargo de cada estado”, disse.
Um terço do valor esperado passa imediatamente após a apresentação do plano estadual. “Essa é uma novidade histórica do SUS, poder transferir parte dos recursos com antecedência e monitorar o tamanho das filas apresentadas em cada estado para que essa redução possa ser avaliada”, concluiu o ministro Magalhães.
O Ministério da Saúde também vai oferecer novos repasses para reduzir o tempo de espera por exames diagnósticos, que devem ocorrer em junho. A próxima fase se concentrará na fila de consultas especializadas, mas ainda não foram definidas datas de contribuição.