O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou no último domingo (30) uma medida provisória para reajustar o salário mínimo para R$ 1.320 a partir de 1º de maio. O novo valor continuará a passar pelo voto da Assembleia Nacional.
Com o aumento, alguns benefícios como aposentadorias e pensões do INSS, benefícios continuados (BPC), parcelas do seguro-desemprego e benefícios do PIC/Pasep também sofrerão alterações. Por esse motivo, os beneficiários do Bolsa Família se perguntam se o valor do programa também vai mudar.
O Bolsa Família vai aumentar?
Com o novo salário mínimo, que entrou em vigor em 1º de maio, os benefícios com base em pisos nacionais também serão renovados. Com isso, os aposentados e pensionistas receberão um novo valor de reajuste sobre o salário de maio, assim como os trabalhadores que têm direito a receber o auxílio PIS/Pasep no dia 15 de maio.
No entanto, esse reajuste não afeta o valor pago no programa Bolsa Família. Isso porque sua parte é composta por diversos benefícios definidos pela legislação do programa, ou seja, não está vinculada ao salário mínimo.
O valor pago no Bolsa Família em 2023 é de cerca de R$ 670 por membro da família, além da parcela bimestral da Vale Gás ser de R$ 6 e 110.
Junho terá valor maior
Mesmo que não tenha nada a ver com o reajuste do salário mínimo, o Bolsa Família terá um valor maior a partir de junho. No próximo mês, o governo planeja lançar duas medidas para liberar mais dinheiro para as famílias.
O primeiro é o benefício variável família, que paga um adicional de R$ 50 a famílias com gestantes, crianças de 7 a 12 anos e adolescentes de 13 a 18 anos.
A segunda novidade é o “lucro per capita” com mínimo de R$ 142 per capita. O governo ainda não revelou os detalhes de como calcular como chegar ao valor mensal, mas o benefício mínimo deve ser pago a todos, independentemente do número de membros da família.
Como exemplo, antes disso, uma família de 10 pessoas recebia R$ 600 sem filhos, sem gestantes ou adolescentes, mas agora [em junho] ela [família] começa a receber R$ 1.420, devido à fixação mínima de R$ 142 por pessoa”, explicou o ministro.
Rendimentos do cadÚnico serão atualizados
Apesar de não alterar o valor recebido pelas famílias, o novo salário mínimo impacta diretamente na seleção de novos integrantes para o programa Bolsa Família.
Isso porque o governo seleciona as famílias de baixa renda por meio do (Cadúnico) e só podem estar inscritos na base de dados as famílias que seguem os critérios de renda estabelecidos pelo governo.
Podem participar do Cadastro Único as famílias que:
- Possuem renda mensal por pessoa (per capita) de até meio salário mínimo;
- Possuem renda mensal acima dese valor, mas que estejam vinculadas a algum programa/benefício que faça parte do Cadúnico.
Até abril, a renda per capita para se inscrever no Cadastro Único era de R$ 651 (meio salário mínimo). Com o aumento do piso, a renda mensal por integrante deve ser atualizada para R$ 660.