O Partido Trabalhista (PT) “se retirou” do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e dominou a primeira semana da campanha. Essa avaliação é aliada do ex-diretor-presidente Luis Inácio Lula da Silva, que está prestes a retornar ao Palácio do Planalto este ano.
Segundo informações reveladas pelo jornalista da Globo News Valdo Cruz nesta segunda-feira (22), interlocutores de Lula elogiaram Bolsonaro e sua cúpula em campanha por uma vitória em transformar o debate em um debate para um voto evangélico.
Nesse sentido, esses aliados, mesmo o atual presidente, afirmam que Lula foi levado para o “canto do ringue” em uma campanha baseada em notícias falsas, segundo eles.
Recentemente, o Brasil 123 mostrou que Bolsonaro adotou a chamada “guerra santa” como estratégia nas eleições deste ano – o presidente visitou igrejas e fez discursos religiosos. Em contrapartida, Lula disse que não tinha intenção de “lutar por um voto religioso”.
Segundo outro candidato presidencial, Ciro Gomez (PDT), a estratégia de Bolsonaro de “manipular” a fé das pessoas é tocar em Lula, que atrai votos evangélicos e, de acordo com os últimos dados da pesquisa Foryla, lidera a votação por 47%. O atual presidente tem 32%.
Como explica Valdo Cruz no PT, a ordem é retirar as eleições de conflitos religiosos, combater as fake news e focar na agenda brasileira. Em entrevistas a jornalistas, o presidente da sigla, Grange Hoffman, enfatizou que “as eleições não são um debate religioso”. “É um debate sobre o futuro do país e uma agenda nacional para católicos, evangélicos, espíritas e outras religiões”, disse ela.
Por isso, a estratégia é reverter o jogo, impedir Bolsonaro de dominar a agenda de campanha e continuar batendo nas chaves da religião. Coloca uma agenda voltada para o desenvolvimento do país, não um debate religioso. “Ele não tem um projeto para o país, então quando o público quer saber como será seu futuro na economia, educação e saúde, ele tem discussões nas áreas de costumes e moralidade”, disse o PT.
Segundo ela, o Partido dos Trabalhadores não estará na agenda religiosa, mas se eleito, Lula combaterá as fake news porque ela disse que vai fechar todas as igrejas evangélicas. “Durante o governo Lula, os evangélicos tiveram representantes no conselho, o presidente pediu, a igreja não estava fechada, vamos mostrar isso”, disse.
No fim de semana, segundo Valdo Cruz, a equipe de campanha de Lula buscou registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para uma série de perfis dedicados aos cidadãos evangélicos. O foco é falar diretamente com esses eleitores. Não basta, mas a estratégia também é a continuidade do discurso de Lula de que ele se opõe à “instrumentalização da fé” porque “a igreja não pode se tornar um partido político”.