Ontem, manifestantes bolsonaristas invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Eles quebraram janelas, arruinaram obras de arte, infestavam móveis e gavetas e até levaram coisas do local.
Lula estava dentro de São Paulo, avaliando os danos causados pela chuva enquanto o impostor avançava pela Esplanada do ministério. O decreto presidencial tem validade até 31 de janeiro e abrange apenas a área de segurança pública.
O que acontecerá com a intervenção federal?
A intervenção federal é uma medida que autoriza a União a assumir poderes estatais nas circunstâncias previstas na Constituição, sendo a segurança pública uma delas. Nesse caso, a decisão retira a autonomia do Distrito Federal.
Ricardo García Cappelli, secretário-geral do Ministério da Justiça, foi nomeado interveniente. Foi uma figura de confiança do Ministro da Justiça e Segurança Pública, jornalista em formação e Secretário de Estado do Maranhão.
Na prática, o interventor não está sujeito a normas locais que contradigam a intervenção e pode solicitar recursos do Distrito Federal que julgar necessários. Ele gerencia as operações de todos os órgãos distritais de segurança pública e pode solicitar serviços e servidores do Departamento de Segurança, Administração Penitenciária e Corpo de Bombeiros.
Atualmente, cabe à Assembleia Nacional analisar o caso no prazo de 24 horas após o decreto de intervenção e a nomeação do interveniente. A avaliação deve ser realizada em sessão extraordinária, quando os parlamentares estiverem em recesso.
A última intervenção federal
A mais recente intervenção federal ocorreu em 2018, no governo Michel Temer, no Rio de Janeiro. O então presidente nomeou o general Walter Braganet como intermediário depois que a violência aumentou em meio às condições do desastre financeiro do estado.
O controle começou em fevereiro de 2018 e terminou em 1º de janeiro de 2019. Luis Fernando Pezán, governador do Rio, permaneceu no cargo após o processo.
Governador Ausente
Hoje cedo, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, demitiu o governador do Distrito Federal Ibanés Rocha por 90 dias. Segundo Moraes, as ações de ontem só poderiam ter sido realizadas com a anuência do governo distrital.
“Ataques terroristas desprezíveis contra instituições democráticas e republicanas serão responsabilizados, bem como financiadores, instigadores e antigas e atuais instituições públicas covardes e criminosos que continuam a cometer atos ilegais de atos antidemocráticos”, disse o ministro.